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Sexy, bonitas e poderosas: os segredos das francesas para envelhecer bem

Silvia Ruiz

28/08/2020 04h00

Juliette Binoche, no red carpet aos 56 anos (crédito: Theo Wargo/Getty Images)

Se é que existe algum segredo para envelhecer bem, as francesas devem saber qual é. Pelo menos é o que a gente imagina vendo mulheres francesas famosas como Catherine Deneuve, 76, Isabelle Huppert, 67, Juliette Binoche, 56 ou Vanessa Paradis, 47. Ou mesmo num passeio pelas ruas de Paris é fácil encontrar mulheres maduras comuns caminhando cheias de charme, com a postura ereta e passos firmes. Afinal, o que elas fazem para passar dos 45 tão lindas, elegantes e ainda por cima com um ar eternamente sexy?

Obviamente estou fazendo uma generalização, mas esta semana falei sobre esse jeito de envelhecer com charme e potência que as francesas têm numa live no Instagram (@silviaruizmanga) e recebi várias dicas de mulheres que já viveram em Paris com alguns "segredos" que descobriram por lá. Também conversei com uma velha amiga francesa, Soizick Le Gueniu (estudamos juntas há mais de 30 anos e ela acaba de chegar aos 50, como eu). Ela trabalha em uma gigante de cosméticos francesa e tentou me explicar, afinal, "o que é que a francesa tem."

Estilo natural, sem esforço

Minha amiga Soizick me diz que o lema das francesas é parecer que acordaram lindas, sem esforço. "É considerado futilidade gastar mais tempo cuidando da beleza do que do intelecto", diz ela. Mais ainda parecer que está tentando evitar o envelhecimento.

Elas abraçam a idade, mas tentam tirar o melhor dela. Por isso, tudo que elas fazem para se vestir, cuidar do corpo e da beleza é sempre mais de leve, sem os exageros que a gente vê por aqui nos preenchimentos labiais e nas bochechas, por exemplo. O jeito mais clássico ou básico para se vestir em qualquer idade também garante jovialidade, mesmo na maturidade. A ideia não é tentar parecer mais jovem, mas estar no seu melhor em qualquer idade.

Obsessão por não engordar

Soizick me conta que as francesas sofrem uma baita pressão social para não engordar jamais (o que, segundo ela, vem cada vez mais sendo contestado pelas novas gerações). Quando aumentam um ou dois quilos na balança, fazem dieta para voltar ao que eram.

Além disso, seguem uma dieta menos restritiva do que imaginamos, comendo de tudo um pouco. A culinária francesa é famosa por contar com alimentos frescos e servidos em pequenas quantidades (ao contrário da comida processada e do fast-food da dieta das americanas, por exemplo). É aquela velha máxima: quem come pouco, come de tudo um pouco.

Caminhar e se movimentar é estilo de vida

Desde muito jovens, as francesas caminham para todos os lugares. Paris ajuda, né? É uma cidade linda, segura e plana. Pedalar para o trabalho, fazer trilhas em montanhas nos finais de semana e nadar também são atividades bem comuns por lá. Já o estilo maromba, de frequentar academia, não é muito a pegada francesa.

Diversão sem limite de idade

Faz parte da cultura francesa não se limitar à idade para curtir a vida e lazer. Pistas de dança, bares e cafés sempre contam com pessoas com mais de 45 anos. É comum você ver casais de idosos curtindo uma garrafa de vinho num bistrô em Paris.

Celebrar a vida em qualquer tempo é manter-se vivo, né? Soizick me conta também que as mulheres mais velhas se permitem tomar um vinho e comer um chocolate em pequena quantidade. "Não vamos nos privar dessas coisas porque ficamos mais velhas, faz parte de curtir a vida", diz ela.

Exercitar a disciplina é hábito

Aquela coisa de parar de comer antes de se empanturrar, se obrigar a fazer atividade física ou mesmo limpar a maquiagem antes de dormir são coisas que as francesas entendem como hábitos e não como penitência. Faz parte da cultura delas serem rígidas consigo mesmas (e com os filhos). "Eu estou aprendendo aos 50 anos a ser menos dura comigo mesma", diz minha amiga.

Ser sexy e ter vida sexual

Ao contrário dos americanos e mesmo de nós, brasileiros, os franceses não são obcecados pela juventude. Por lá não se assume que a vida acaba depois dos 40, muito menos a vida amorosa. Basta repararmos quantos filmes franceses trazem casais maduros vivendo romances tórridos, que no cinema americano e nas novelas brasileiras só acontecem com os atores mais jovens.

Um filme francês da Netflix, MILF, por exemplo, mostra uma turma de amigas com mais de 40 que embarcam numa viagem de férias ao Sul da França onde acabam se relacionando com jovens de 20 e poucos anos. A atriz Axelle Laffont, que protagoniza a série, tem 50 anos e arrasa no sex appeal. Isso sem falar da maravilhosa primeira dama francesa, Brigitte Marie-Claude Macron, que tem 67 anos, 25 a mais do que o presidente Emmanuel Macron.

"Usar decote, minissaia e ser sexy não é algo incomum para uma mulher francesa de mais de 50, mas ela não tenta parecer mais jovem com isso, apenas ser ela mesma e ter liberdade para ser o que quiser", diz Soizick. É sobre ser poderosa e livre, e não jovem para sempre.

Cuidados com a pele cedo e botox de leve

Cuidados de beleza na França é coisa de mãe para filha. Elas começam a usar skincare cedo, bem antes de as primeiras rugas chegarem. E tudo o que elas fazem é o mínimo (e sempre para parecer que não fizeram nada). Isso quer dizer que não fazem botox e preenchimentos, tão na moda deste lado do Atlântico?

"Fazem, sim, mas de leve, jamais contam que fizeram. Aqui pega mal parecer que você está lutando contra sua natureza, querer parecer o que não é", diz minha amiga Soizick. "Muitas mulheres não contam nem para o marido." A rotina de pele delas inclui sempre protetor solar a muita hidratação, elas entendem de cosméticos, aprendem sobre princípios ativos e sabem comprar poucos e bons produtos.

Na maquiagem, menos é mais

Sim, as francesas adoram maquiagem, mas o consenso, em qualquer idade, é que menos é melhor. Nada de "reboco" na cara para esconder imperfeições. Bases pesadas e de alta cobertura e os pós finalizadores tendem a enfatizar ainda mais as linhas e os poros. As francesas são adeptas do look mais natural na pele, com pouca cobertura, um blush leve para dar ar de saudável e gloss na boca e, no máximo, um pouco mais de marcação nos olhos, com lápis e rímel e uma sombra leve.

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Sobre Autora

Silvia Ruiz é jornalista e trabalha com comunicação digital e PR. Durante mais de 15 anos atuou na cobertura de saúde, bem-estar e estilo de vida. É apaixonada por alimentação natural, meditação e práticas holísticas. Mãe do Tom, do Gabriel e da Myra, tem bem mais de 40 anos e está tentando aprender a viver bem na própria pele em qualquer idade.

Sobre o blog

O que é envelhecer hoje? Este é um espaço com informações para a geração que tem mais de 40 e não abre mão de viver uma vida plena e, principalmente, saudável, independentemente da idade. Aqui não falamos em “anti-aging”, e, sim, em “healthy aging”. Dicas de alimentação, beleza, atividade física, carreira e estilo de vida para quem busca ser “ageless”.

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