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Mais dores com a idade? Osteopatia organiza o corpo e melhora sintoma

Silvia Ruiz

28/12/2018 04h00

Crédito: Istock

Se você tem mais de 45 anos e não tem dor nenhuma no corpo não deve ser deste planeta. Ou é um caso para ser estudado pela ciência. O fato é que depois de uma certa idade elas aparecem como geração espontânea. É um joelho que grita quando corremos, é aquela lombar que chora quando ficamos sentados no escritório, o pescoço que insiste em tirar nosso sono.

No meu caso, exatamente há dez anos, ou seja, aos 38 anos, tive minha primeira visita ao ortopedista com uma dor na cervical que não me deixava em paz. Alguns exames depois, veio o diagnóstico: desgaste natural. Ou traduzindo: idade mesmo. Não havia uma lesão especifica, nada alterado, apenas o uso do meu corpinho ao longo dos anos mesmo.

Buscar alívio para essas dores vira quase que uma rotina para quem chegou nesse momento da vida. Fisioterapia, acupuntura, massagem, enfim, todo mundo já deve ter passado por algum desses (eu pelo menos passei por todos). Uma técnica que vem ganhando espaço no Brasil nos últimos aos é a osteopatia. Essa era uma das poucas que ainda não havia tentado para aliviar meu pescoço e meu joelho e depois de ver resultados muito positivos no meu marido resolvi procurar um especialista. Dê uma olhada no meu Instagram também onde eu mostrei como foi minha primeira sessão (@silviaruizmanga).

Criada no final do século 19 nos Estados Unidos, a osteopatia é uma técnica considerada parte da medicina alternativa, assim como a acupuntura, ou seja, nem sempre totalmente comprovada por evidências cientificas. Mas ela ganhou muito reconhecimento na Europa, especialmente por atletas que viram resultado na redução de lesões e dores ao se submeter ao tratamento. Nos EUA, é uma das profissões da área da saúde que mais crescem. O número de osteopatas praticamente dobrou por lá na última década.

"Eu costumo dizer que a osteopatia reorganiza as estruturas para melhorar as funções do corpo", diz David Costa, fisioterapeuta especializado em osteopatia, que há 20 anos trata pacientes com a técnica, entre eles jogadores profissionais de vôlei, atletas de ponta do atletismo e futebol.

"O que acontece depois dos 40 anos é que o corpo começa a cobrar a conta de anos de má postura, ou má alimentação, abusos do corpo, falta de atividade física o até o exagero dela. As dores muitas vezes são resultado desse desgaste e nosso objetivo é ajudar a reestruturar o corpo."

O osteopata usa uma mistura de manipulação das articulações, alongamentos e massagens para aumentar a mobilidade das articulações, reduzir tensões musculares e até aumentar o fluxo de sangue para os tecidos. O princípio é organizar o corpo todo de modo que ossos, músculos, ligamentos e tecidos conjuntivos funcionem juntos em harmonia.

Podem ser tratados desde dores de cabeça causadas por tensão até dores na coluna, articulações, passando por cólicas em bebês.

Fui para a minha primeira sessão com um pouco de medo dessas manipulações. Eu tinha uma ideia equivocada de que osteopatia era sair estalando o corpo para colocar as coisas no lugar (e se tem uma coisa que eu detesto é estalar meu pescoço, etc). "Essa é uma imagem errada da osteopatia. Em primeiro lugar, a gente estuda muito o paciente e suas condições. Muitas vezes não vai existir estalo nenhum. E não existe colocar nada no lugar, porque não há nada fora do lugar", explica Costa. O que fazemos é tirar a pressão que muitas vezes existe nas articulações, e isso faz barulho. Mas o objetivo é devolver a mobilidade ideal.

Bom, o fato é que eu estava bem com medo. Mas em alguns minutos de conversa o osteopata já havia reparado que eu vivo colocando meu peso num lado só do corpo quando estou de pé (o que causa desequilíbrio no quadril). Ele investigou tudo sobre a minha saúde, desde alimentação até perguntou sobre cólicas menstruais.

Já deitada na maca, começou pelos pés, tornozelos etc. Quando eu menos esperava, já havia dado uns dez estalos pelo corpo, alongado algumas partes. E depois ao levantar ele me pediu para caminhar. Aí veio a surpresa! Parecia que estava pisando nas nuvens de tão leve que estava sentindo meu corpo. A mobilidade do meu pescoço, que estava bem reduzida, voltou praticamente ao normal. Ainda sentia um pouco de dor que já me acompanha há anos, mas muito menor e conseguindo virar para os dois lados sem dificuldade. Só sei que isso jamais aconteceu em nenhuma outra técnica que eu já havia tentando até aqui. E olha que eu faço exercícios para a cervical regularmente, alongamento e cuido o máximo possível da postura (nada de ficar olhando para baixo olhando o celular, por exemplo).

Se você ficou curioso e quiser tentar, Costaalerta que é importante procurar um profissional qualificado. Hoje já existe até uma entidade, a Associação dos Osteopatas do Brasil, procure saber se o profissional é de fato especialista. Manipular o corpo é coisa séria, então nada de sair entregando seu corpo na mão de quem não sabe o que está fazendo, ok? O risco é grande de você sair pior do que entrou, ou até com uma lesão.

Sobre Autora

Silvia Ruiz é jornalista e trabalha com comunicação digital e PR. Durante mais de 15 anos atuou na cobertura de saúde, bem-estar e estilo de vida. É apaixonada por alimentação natural, meditação e práticas holísticas. Mãe do Tom, do Gabriel e da Myra, tem bem mais de 40 anos e está tentando aprender a viver bem na própria pele em qualquer idade.

Sobre o blog

O que é envelhecer hoje? Este é um espaço com informações para a geração que tem mais de 40 e não abre mão de viver uma vida plena e, principalmente, saudável, independentemente da idade. Aqui não falamos em “anti-aging”, e, sim, em “healthy aging”. Dicas de alimentação, beleza, atividade física, carreira e estilo de vida para quem busca ser “ageless”.

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